Amapá em Alerta: Aumento de 32% na Conta de Luz
Os consumidores do Amapá foram surpreendidos com a notícia de um possível reajuste na tarifa de energia elétrica que pode chegar a 32%. A medida, referente ao Reajuste Tarifário Anual da CEA Equatorial e com vigência prevista para 13 de dezembro de 2025, gerou reação imediata da bancada política do estado e preocupação na população, que já convive com um serviço de baixa qualidade e uma das contas de luz mais caras do Brasil.
O Aumento e a Reação Política
A proposta de reajuste, formatada no processo nº 48500.003997/2025-10 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), foi duramente criticada no Senado Federal. Em pronunciamento no plenário, o senador Lucas Barreto (PSD-AP) classificou o aumento como "absolutamente desproporcional, inaceitável e incompatível com a realidade econômica do nosso estado"
O senador destacou o paradoxo vivido pelos amapaenses: o estado é um produtor e exportador de energia, mas seus habitantes pagam tarifas elevadíssimas. A crítica central é a falta de transparência sobre os supostos investimentos realizados pela concessionária que justificariam o aumento.
"O Amapá precisa ser respeitado enquanto estado federado, pois nossa população, há décadas, enfrenta baixa qualidade de serviços de energia, prejuízo com apagões, descontinuidade e, ainda assim, continuamos pagando as contas de luz mais altas do Brasil." — Senador Lucas Barreto (PSD-AP), em pronunciamento no Senado.
Detalhes do Reajuste Proposto
Percentual: Até 32%Empresa: CEA Equatorial EnergiaÓrgão Regulador: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)Processo ANEEL: 48500.003997/2025-10Vigência: A partir de 13 de dezembro de 2025
Um Histórico de Aumentos e Insatisfação
A indignação atual não é um fato isolado. A população amapaense já carrega o peso de reajustes anteriores e de um serviço que historicamente deixa a desejar. Em dezembro de 2022, por exemplo, a ANEEL aprovou um reajuste médio de 36,08% para os consumidores do estado, com a alta chegando a 33% para a maioria dos clientes residenciais.
Naquela ocasião, a justificativa técnica da agência foi que a tarifa praticada no Amapá estava muito abaixo do necessário para cobrir os custos da operação e que, após anos de valores represados, "uma hora a conta chega". A concessionária, privatizada e administrada pela Equatorial Energia desde 2021, atende cerca de 120 mil unidades consumidoras no estado.
O Impacto no Bolso e na Economia
Políticos e consumidores argumentam que um novo aumento dessa magnitude seria "irracional, injusto e cruel", com potencial para devastar a economia local. O discurso no Senado alertou que a medida pode "sacrificar o bem-estar social das famílias de baixa renda" e "zerar o lucro dos produtores e empreendedores que tentam manter seus custos sob controle".
A principal demanda da bancada política é por transparência. Querem que a CEA Equatorial e a ANEEL apresentem de forma detalhada onde os investimentos foram aplicados e como esses custos estão sendo repassados ao consumidor, exigindo que o valor da tarifa seja compatível com a qualidade do serviço prestado.
Enquanto a data de vigência do reajuste se aproxima, a população do Amapá aguarda os próximos capítulos, na esperança de que a mobilização política possa reverter o que consideram mais um capítulo de uma longa história de exploração e desrespeito ao consumidor.
Referências
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